sábado, 15 de maio de 2010

A crente na faculdade - Parte III

A crente gostosa entrou na sala com seu teco de margarina no queixo e sentiu vários olhares sobre si. Olhares normais que ela interpretou como olhares de volúpia. Instantaneamente pensou que estava com a marca de satanás no corpo para atrair tantos olhares. A crente estava crente que foram seus pensamentos libidinosos que fizeram o tinhoso marcá-la para seu rebanho. No dia do arrebatamento, ela estaria ao lado do inominável. Não. Não podia. Sentou-se ao seu lugar e começou a orar em línguas para que fosse salva em nome de Cristo. Repreendeu três vezes toda e qualquer influência mundana de sua vida. Assistiu sua aula clamando, em seu coração, para que fosse tocada, divinamente tocada, e sua marca do pecado removida.
Olhou para o professor. O professor olhou para ela e cutucou o queixo. Ela olhou com cara de interrogação. Ele disse "tem uma coisa em seu queixo". Ela pensou se ele estaria vendo a marca do tranca-rua em sua face lavada de lágrimas como a face de Madalena. Ela pegou seu espelhinho redondo de dentro de sua bolsa de mochilinha e olhou. Era um teco de margarina, não a marca de Lúcifer. Sua alma encontrava-se intacta.
A aula acabou e ela foi embora cantarolando hinos de louvores. O dia estava quente e ela logo começou a suar sob sua cacharrel marrom. Estava tão feliz que pediu um sinal para Deus de algo para fazer durante este dia lindo. Cinco passos à frente ela encontrou um pênis de borracha no tamanho de 30cm jazindo sob um pé de amora, no meio da calçada.
Deus só podia estar testando-a.
Ou Deus ou Satanás.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Crente Gostosa vai à Faculdade II

Chegando à faculdade, tratou de procurar logo a sua sala de aula. Encontrou um mural com o nome e classe correspondente. Localizou rapidamente o seu nome no meio de tantos outros. Subiu as escadas e encontrou sua sala. Ainda estava relativamente vazia, exceto por algums meninas que riam alto no fundo. Ela se sentou na frente. Queria aprender. Tinha sede de aprender. Era o seu momento agora e ela não queria desperdiçar. Estava cedo ainda, não sabia o que fazer. Não queria ficar sozinha, mas também não se sentia à vontade para socializar com as outras meninas. Precisava de alguma coisa para se ocupar até a aula começar. Abriu sua bolsa de couro marrom, ao estilo mochilinha e tratou de procurar seu frasco de creme monange. Estava frio, e seus cotovelos estavam todos ressecados. Pegou um tantinho de creme e passou em seus braços. A sala ficou inundada pelo cheiro de creme monange. As meninas do fundo ao ver aquela cena, riram. A Crente ficou sem graça e guardou o creme na bolsa. Na mesma hora abriu seu fichário do piu piu e se pôs a escrever versículos bíblicos. Orou ao senhor, ali naquela hora. Pediu ao senhor para que guiasse o seu caminho. Pediu para que abençoasse aquele momento, que era seu. Abriu os olhos quase junto com o momento que o professor entrara na sala de aula. E que professor! Pensou a Crente. Enrubesceu e sentiu vergonha por estar sequer pensando em atos libidinosos com o professor. Reprimiu tudo o que sentia e se pôs a orar. Orou novamente com os olhos abertos. Derramou lágrimas de compaixão, se sentia suja. Se sentia como uma prostituta. Uma verdadeira MERETRIZ DA GALILÉIA. Puxa vida, agora que decidira estudar, mudar de vida, arrumar seus cabelos, ser mais vista entrara em tentação. Estava fraca na fé, concluiu. Se sentia humilhada por se encontrar neste estado. Estava chorando na aula. Chorou de tristeza, lágrimas quentes escorriam-lhe pela face. O professor perguntou se havia algo errado. A crente não respondeu e saiu da sala correndo. Foi até o banheiro e secou seu rosto, que a esta altura estava todo molhado. Molhado de fraqueza. Era uma crente fraca. Se Sentou no pátio da faculdade e novamente recebeu a imagem do professor bonitão no seu inconsciente. Um arrepio lhe subiu até a nuca e percebeu que estava exitada sexualmente. Se sentiu envergonhada mais uma vez e chorou novamente. Perguntou a deus o que estava guardado para ela. Perguntou porque estava passando por tantas provações. Mas no fundo ela sabia. Sabia que tudo aquilo era uma peleja travada. Ela pediu pro senhor Jesus, ajudar ela ali naquela hora. Só o que fez. Voltou à sala de aula, assistiu o resto da aula e se manteve compenetrada naquilo que era para ser. Estudar. Batera o sinal do intervalo e todos saíram rapidamente, conversando, rindo alto. A Crente não queria isso. As coisas mundanas já não a atraiam mais, somente as coisas relacionadas à luxúria. Essas sim lhe enchiam os olhos e a boca. O professor pediu para que o ajudasse a juntar uns papéis que estavam no chão. Ele perguntou qual era o nome dela. Crente Gostosa, muito prazer. O professor sorriu e a Crente ficou párada, sem graça. Sentiu seus mamilos se enrijecerem absurdamente por baixo de sua cacharrel marrom e foi qtão constrangedor, que ela precisou cruzar os braços.

Recolheu seu fichário do piu piu, abraçou o, cobrindo o peito e saiu. Sentou novamente no pátio. Sozinha. Abriu a bolsa e tirou seu pão com margarina e comeu com bastante gosto. Não se sentia mais tão humilhada. Sentia que a mão de Deus ia começar a operar em sua vida e aquilo era somente uma provação divina. Aliviou-se. Voltou para a sala de aula com um teco de margarina no queixo. Ninguém a avisou, afinal nem amigos ela tinha.

Crente Gostosa vai à Faculdade

Crente Gostosa decidiu começar a fazer faculdade. Fora despedida da EMEI em que trabalhava, porque fora pega mordendo um pedaço do lanche de uma criança. No dia em que fora ao antigo trabalho buscar a última parcela de dinheiro que receberia e o restinho da dignidade que havia deixado ali, passara em frente a uma faculdade. UNIRADIAL estava oferecendo bolsas de estudo de 80% a todos que se matriculassem naquele dia. Pensando em seu futuro, em seu computador que tanto que possuir, no toca CD de 'ultima geração' que vira num jornalzinho das Casas Bahia...Pensando nisso tudo ela decidiu se matricular e quem sabe ter um futuro decente. Secou as lágrimas, que nesse momeno já dominavam sua face e seguiu rumo à entrada, à porta que deus estava abrindo para ela naquele momento. Fechou os olhos na entrada da faculdade e esperou algum confirmação divina. A porta abriu sozinha. Era uma confirmação de deus, segundo a Crente. Esquecendo que era uma porta de vidro automática com sensores. Entrou, respirou fundo e sacou seus documentos da bolsa marrom de couro, ao estilo mochilinha e entregou na mão da moça de cabelos cacheados do balcão de secretaria. A mulher com a maior má vontade do mundo, entregou-a uma ficha em branco e mandou que a preenchesse e voltasse com ela preenchida. A Crente recolheu o papel da mão da moça de cabelos cacheados e se sentou numa carteira que improvisaram para os novos alunos que iriam matricular-se. Preencheu tudo e se sentiu satisfeita consigo própria. Queria chorar, mas seria humilhação demais. O que diria a seus filhos quando os tivesse? Chorei na UNIRADIAL. Isso não soaria bem. Levantou-se, ajeitou o coque no alto da cabeça, e levantou um pouquinha a saia que estava caindo e foi. Foi rumo ao seu futuro. Rumo à ascenção social. Enriqueceria. Vira muitos casos assim, queria crescer, queria mudar de vida, queria dar uma casa melhor à sua mãe. Entregou a ficha na mão da moça de cabelos cacheados e saiu dali toda cheia de sonhos.

Esperou ansiosamente o primeiro dia de aula na Faculdade UniRadial. Queria ser a mais aplicada das alunas, queria fazer e acontecer ali. O curso que escolhera era Enfermagem. Sempre sonhou em ser enfermeira, salvar vidas para o seu senhor, pregar a palavra para os enfermos e fazer o morto ressucitar, assim como jesus fizera com jeremias ali no leito de morte. Cheia de dignidade, se arrumou para o primeiro dia de aula. Vestiu sua habitual saia jeans até o tornozelo com um barrado todo bordado com flores rosas, sua cacharrel marrom e um coque preso por uma presilha grande de borboleta. Ajeitou os óculos antigos no rosto e foi. Cheia de sonhos e expectativas, carregando seu fichário do piu piu junto ao peito. Levara um pão com margarina dentro da bolsa, caso sentisse fome no intervalo. A Crente estava novamente feliz. Iniciara-se uma nova etapa em sua vida. Finalmente o milagre começara a se concretizar.

domingo, 9 de maio de 2010

A CRENTE GOSTOSA TAMBEM VAI PRA BALADA

Só que a balada dela começa 14h e termina às 19h.
E toca esse tipo de música:



É O MILAGRE DA VIDA.